Representantes do movimento de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais (LGBT) percorreram, ao longo da semana, secretarias de Estado com intuito de reduzir os casos de preconceito e bullyng homofóbico, principalmente na educação pública do Paraná.
Na Secretaria de Estado da Educação (Seed), eles pediram a implantação de ações na educação já aprovadas na 1.ª Conferência Estadual LGBT, em 2008. De acordo com o presidente da Associação Brasileira de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais (ABGLT), Toni Reis, o principal para alcançar esse objetivo é a capacitação de educadores. "A capacitação é essencial para evitarmos a continuidade de qualquer tipo de preconceito contra o jovem homossexual", diz.
Por conta da discriminação dentro da escola, a transexual Carla Amaral, presidente do Transgrupo Marcela Prado, ficou 20 anos sem estudar. "O preconceito que sofri até a 8.ª série é a razão de muitos jovens abandonarem os estudos. Muitos não têm força emocional para aguentar tamanho preconceito, por isso acabam parando de estudar", conta.
Nome social
Outro pedido feito pela comunidade LGBT é o apoio a utilização do nome social (não aquele presente no documento de identificação) nos 16 estados que ainda não tratam os transexuais e travestis por ele.
"No Paraná isso já acontece, mas queremos que o nome social esteja presente em âmbito nacional, uma vez que a secretária Yvelise Arco-Verde, presidente do Consed (Conselho Nacional de Secretários de Educação), tem acesso aos demais secretários", afirma Reis. De acordo com eles, em todas as secretarias os representantes foram atendidos e tratados com respeito.
Segundo Dayana Brunetto, coordenadora do Núcleo de Gênero e Diversidade Sexual da Seed, todos os pedidos da pauta apresentada pelo grupo já estão sendo encaminhados e atendidos.
"A maioria das propostas citadas já está em andamento. Mesmo assim entendo que a Seed, após a criação do núcleo, está avançando significativamente na defesa dessas pessoas na educação pública", afirma.
Questionada sobre as atitudes práticas de combate ao bullyng homofóbico, Brunetto explica que a primeira ação já parte na sala de aula. "A educação pública deve privar pela universalização do ensino, respeito e conhecimento. Aqueles que têm orientação sexual diferentes também têm todo direito de estar na escola. O professor deve ser agente de transformação social. É nisso que acreditamos", afirma. Ao presenciar casos de homofobia, o educador faz uma orientação, por meio de diálogos, para construção de um ambiente favorável a todos.
Fonte: http://seligacuritiba.blogspot.com/2010/08/gays-querem-reduzir-casos-de.html
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