quarta-feira, 25 de agosto de 2010

A ideologia repassada pela mídia e seus incentivos às diversas formas de preconceito

A ideologia consiste no processo de produção de idéias. Tais idéias fazem com que as pessoas pensem de determinada forma, o que lhes determina a ação. Essa ideologia é colocada em nossas mentes, por meio de diversos segmentos sociais, tais como: a família, e escola, a religião e, sobretudo, a mídia. Nas últimas décadas, a mídia, em suas inúmeras formas, alcançou um desenvolvimento significante, chegando, muitas vezes, a ser o único meio de informação a que as pessoas têm acesso.


Diante desse quadro, a mídia repassa ideologias, que influenciam as ações das pessoas. A maior parte das pessoas não tem consciência dessa ideologia subjacente que é repassada pela mídia e a reproduz. Isto é, por intermédio de um processo inconsciente, na maior parte dos casos, as pessoas reproduzem ideologias e discursos propagados pela mídia. É nesse cenário que surge um mal que atende pelo nome de preconceito, que leva as pessoas a julgarem outras, com base em diversos fatores, como, por exemplo: sociais, econômicos, lingüísticos, etários, opção sexual, cor, etc.


O preconceito se dá de diversas formas. Algumas vezes, discreto, velado e indireto, através de eufemismos, comentários, olhares, etc. Mas, na maior parte dos casos, ele é direto e agressivo. De ambas as formas, ele ataca suas vítimas e, acima de tudo, as diferenças que são concebidas como inferioridades. E, ainda que não tenha fundamentação alguma, ataca suas vítimas de forma impiedosa a fim de demonstrar superioridade. Contudo, esse não é o único aspecto em comum entre todas as formas de preconceitos. Todos, cada qual a sua maneira, atingem a auto - estima de seus alvos e restringem acessos, privando o cidadão de seus direitos. Mas o aspecto que gostaríamos de destacar neste texto é o fato de todos serem influenciados e estimulados por diversos setores da mídia, dentre os quais se destaca a televisão. 


Quem de nós nunca viu, em novelas de diversas emissoras, um nordestino com sotaques exagerados. O que evidencia o preconceito lingüístico, que consiste na rejeição ao modo de falar de certas pessoas ou, ate mesmo, à identidade individual e cultural. Muitos até riem desses estereótipos, sem perceber os efeitos que ocorrem a partir disso. Refiro – me ao fato do estereótipo que é elaborado diante de tal exposição levar as pessoas a agirem de determinada forma. No entanto, o nordestino como sinônimo de sotaques exagerados não é o único estereótipo propagado pela mídia, como é o caso das danças afro que é sinônimo de macumba e umbanda, o homossexualismo de promiscuidade, residir em favelas de marginalidade. Essas ideologias são ideologias são disseminadas pela mídia, não de forma explícita e direta. Por esse motivo, a maior parte das pessoas não percebe essas ideologias subjacentes e as reproduzem. 


A partir da reprodução das ideologias, do preconceito, ocorre também a diminuição e, sobretudo, a falta de oportunidades e de direitos. Assim, o preconceito não se resume à depreciação, mas também, engloba a exclusão de acesso, na medida em que a diferença adquire uma conotação de inferioridade. Ou seja, ser diferente tem sentido equivalente a ser inferior. É bastante comum vermos em noticias de jornais ou reportagens pessoas que não foram contratadas para empregos por conta da aparência física, opção sexual, etnia, etc.


Em função disso, nos últimos anos, a questão das diferenças, em suas mais variadas formas, tem sido objeto de inúmeras discussões, a fim de conscientizar as pessoas acerca da diversidade e da pluralidade, o que caracteriza o individua pela heterogeneidade. Nesse sentido, as discussões sobre a diversidade são primordiais, para levar as pessoas a superar uma visão restrita de mundo e, principalmente, levá – las a ter uma postura de respeito face às diferenças.






Fonte:Literal
Silvio Profirio – Aluno do Curso de Licenciatura em Letras da UFRPE.
E - mail: silvio_profirio@yahoo.com.br 

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