sexta-feira, 3 de setembro de 2010

Polêmica: nunca haverá beijo gay nas novelas?

RIO DE JANEIRO - Não há como negar: por mais que o Brasil tenha diversidade cultural e seu povo seja conhecido por ser mais liberal do que em outros países, alguns tabus ainda são complicados de caírem.
Um deles envolve a sexualidade. Ou melhor, a relação homossexual. Na TV e nas novelas isso fica claro. Por mais que personagens gays sejam cada vez mais comuns nas tramas, um simples beijo entre duas pessoas de mesmo sexo ainda não foi exibido. E oportunidades não faltaram.
O autor Aguinaldo Silva aumentou a polêmica, na semana passada. O ti-ti-ti começou no microblog do autor quando o novelista twittou: "Digam o que disserem meus colegas tolinhos eu reafirmo, porque sei de fonte fidedigna: nunca haverá um beijo gay no horário nobre da tevê". Será que ele tem razão?
Os coleguinhas, neste caso, são possivelmente Sílvio de Abreu e Ricardo Linhares, que afirmaram que acreditam que a teledramaturgia da TV Globo já está pronta para encenar um beijo gay. Tais opiniões foram registradas depois que a propaganda eleitoral de um partido político exibiu um beijo entre homossexuais.
A verdade é que vários casais gays já movimentaram as tramas brasileiras, e a expectativa se haveria ou não cena de beijo sempre dividiu a opinião dos telespectadores. Porém, isso nunca aconteceu.... ainda? 
O ator André Gonçalves, que atualmente interpreta o malandro Jair em “Escrito nas Estrelas”, revelou sua opinião ao Famosidades. O ator viveu o homossexual Sandrinho na novela “A Próxima Vítima” e sofreu na pele o preconceito. Ele chegou a ser agredido na rua por causa do personagem. Mas para ele, o fato, apesar de tabu, é que as pessoas têm que se acostumar. “É uma realidade, mas ainda tem censura nos canais. Tem que ser muito trabalhado”, declarou.
Os tempos mudaram, e se há 15 anos as pessoas olhavam para André Gonçalves com certo preconceito, hoje elas estão menos preconceituosas. No ar interpretando o doce Julinho de “Ti-Ti-Ti”, André Arteche declarou que as pessoas têm recebido muito bem o personagem e o tratado com muito carinho nas ruas. O ator, que não teve problema algum em interpretar um homossexual, disse que o papel foi “um presente para um ator novo como ele”.
Divulgação
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Mas em relação à cena polêmica, o ator declarou ao Famosidades: “Não sei se o beijo gay acontecerá ou não, mas no caso do Julinho especificamente talvez esta quebra de tabu não seja o mais importante. A sinceridade com que ele demonstra o seu amor é o ponto chave, e atuando desta forma espero que o público acredite e sinta-se cativado por um personagem homossexual”.
Já a atriz Bárbara Borges - que interpretou Jennifer, personagem homossexual da novela "Senhora do Destino" - acredita que, de fato, a cena jamais será exibida em novelas brasileiras. "De verdade, não acredito que aconteça esse tão falado beijo gay que causou tanta polêmica. Acho pouco provável. Há todo um cuidado com a censura, com o público que está em casa, etc.", declarou a atriz, que chegou a contracenar cenas de "selinho" no folhetim com Eleonora, seu par romântico interpretado por Mylla Christie.
Pode ser que os beijos polêmicos realmente não sejam gravados no Brasil tão cedo, ou nunca, segundo Aguinaldo Silva. Mas nem por isso os telespectadores brasileiros ficarão sem cenas do gênero. A TV paga exibe um festival de cenas entre homossexuais. Desde a mais doce história de amor entre Kevin Walker, interpretado por Matthew Rhys, e Scotty (Luke McFarlane), de “Brothers & Sisters”, até as cenas mais ousadas protagonizadas pelas integrantes de “The L World”, série que retrata o cotidiano nada convencional de um grupo de amigas lésbicas e bissexuais que vivem na cidade de Los Angeles.
Até a série do famoso Dr. Gregory House, interpretado pelo ator inglês Hugh Laurie, que retrata o dia a dia de um time de médicos num hospital em Nova Jersey, já deu seus toques picantes. Talvez a TV fechada já esteja preparando o terreno, pelo menos essa é a opinião de André Gonçalves. “Espero que estes canais abram a mente das pessoas para esta realidade. E elas comecem a se abrir para as relações humanas”, disse. Para ter certeza, teremos que aguardar as cenas dos próximos capítulos, ou melhor, das próximas novelas. 
Relembre, alguns dos casais gays que fizeram história nas telenovelas. 
Divulgação/TV Globo
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Clara (Aline Moraes) e Rafaela (Paula Picareli) – "Mulheres Apaixonadas" (2003), de Manoel Carlos
Adolescentes, o casal de lésbicas causava polêmica entre os amigos da escola. Clara chegou a ser xingada de “sapatona” por uma colega de sala, mas as duas personagens sobreviveram ao preconceito e chegaram a trocar um selinho na novela.
Divulgação/TV Globo
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Jenifer (Bárbara Borges) e Eleonora (Mylla Christie) – "Senhora do Destino" (2004), de Aguinaldo Silva
O casal revolucionou as cenas entre gays em novelas. As duas chegaram a aparecer seminuas na mesma cama, insinuando que haviam feito sexo. Lutaram contra o preconceito da família e ficaram juntas no final.
Divulgação/TV Globo
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Júnior (Bruno Gagliasso) e Zeca (Erom Cordeiro) – "América" (2005), de Glória Perez
Júnior vivia o momento em que queria sair do armário, mas temia a reação da mãe. O rapaz encontrou conforto no colo do peão Zeca, com quem assumiu de vez sua homossexualidade. A cena do beijo chegou a ser gravada para o capítulo final. Porém não foi ao ar.
Divulgação/TV Globo
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Bernardinho (Thiago Mendonça) e Carlão (Lugui Palhares) – "Duas Caras" (2008), de Aguinaldo Silva
O casal de namorados conquistou o público, que passou a torcer por um final feliz. Bernardinho era o mais delicado, enquanto Carlão fazia o estilo machão. O relacionamento era conturbado e envolveu algumas idas e vindas.
Divulgação/TV Globo
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Julinho (André Arteche) e Osmar (Gustavo Leão) – "Ti-Ti-Ti" (2010), de Maria Adelaide Amaral
O casal viveu um amor puro e escondido até que um acidente logo no início da trama causou a morte de Osmar separando os pombinhos. Os atores foram muito elogiados pela atuação. No ar, Julinho ganhou o carinho do público que torce para que ele encontre um novo amor.


Denúncia de agressão a crianças brasileiras gera polêmica sobre xenofobia

A polêmica sobre discriminação de estrangeiros nas instituições de ensino da Espanha volta a tona com denúncia de agressão a duas crianças brasileiras em um escola de Madri (Espanha). De acordo com informações do site da BBC Brasil, empresária paulista que há quatro meses mora na Espanha afirmou que seus dois filhos, de 12 e 9 anos, foram alvo de agressões físicas e xingamentos racistas por parte de alunos do colégio por serem estrangeiros.
O caso foi destaque na imprensa espanhola e fez com que o governo da Espanha reconhecesse que estudantes imigrantes são alvo de xenofobia nas escolas do país. A empresária paulista chegou a prestar queixa na polícia, mostrando que a filha sofreu inclusive agressão física durante o recreio, mas nada foi feito. O consulado brasileiro em Madri enviou carta à escola relatando a reclamação da mãe, mas a instituição de ensino não tomou providências.
A denúncia da empresária trouxe de volta ao país a preocupação com casos de xenofobia nas escolas espanholas. Um relatório de especialistas em educação e sociologia confirmou recentemente a situação dos estudantes imigrantes. De acordo com relatório realizado pelo Ministério de Educação no segundo semestre de 2008, há grandes índices de rejeição dos estudantes espanhóis em relação a alunos estrangeiros. Baseado numa pesquisa feita com 23.100 estudantes e seis mil professores do Ensino Fundamental de 300 colégios, a conclusão é de que os alunos espanhóis são pouco tolerantes para com os imigrantes. Quase a metade dos consultados, 46%, diz que prefere não fazer trabalhos escolares com companheiros latino-americanos.

Fonte:  O Diário

Moradores de favela da Argentina criam emissora de TV


Um grupo de moradores da Villa 31, favela localizada no centro de Buenos Aires, Argentina, criou um canal de TV para mostrar os problemas e as necessidades enfrentadas no bairro. O Mundo Villa TV é financiado pela organização não-governamental SOS Discriminação, que apoia outras emissoras comunitárias na Bolívia, Peru e Paraguai.
De acordo com informações da agência EFE, o Mundo Villa TV chega a 1,5 mil famílias da favela, e na estreia, denunciou problemas enfrentados pelos moradores, como falta de energia elétrica e água potável. Além disso, o canal terá um programa voltado para o público jovem, que falará sobre moda.
O diretor do canal e presidente da SOS Discriminação, Víctor Ramos, informou que o bairro há 25 anos abriga cursos de jornalismo, ministrados por estudantes de várias universidades argentinas.
Ainda sem permissão oficial para funcionar, o Mundo Villa TV conta com estúdios e equipes próprias, que produzem o conteúdo do canal, filmes e documentários. A produção das atrações também é feita por jovens do bairro Bajo Flores, que também recebem o sinal de transmissão da emissora.
Ramos declarou, ainda, que pretende se reunir com o jornalista argentino Dante Quinterno, criador da TV ROC da favela da Rocinha (RJ), com a intenção de criar "uma rede de canais de favelas latino-americanas".

China: Sida - Primeira queixa judicial por discriminação

Pequim, 31 ago (Lusa) -- Pela primeira vez, um tribunal da China vai apreciar a queixa de um homem seropositivo que diz ter sido discriminado quando concorreu a um emprego, disse hoje a imprensa oficial.
A queixa é feita contra o Departamento de Educação da cidade de Anqing, na província de Anhui, leste da China, e foi aceite segunda-feira pelo tribunal local, adiantou o jornal China Daily.
O queixoso, um jovem recém licenciado, afirma ter sido preterido num concurso para admissão de professores depois de um exame médico ter revelado que ele era seropositivo.


Projeto Diálogos Necessários discute Intolerância e Preconceito

O terceiro encontro deste ano do projeto Diálogos Necessários, realizado pela Faculdade CEUT, através da coordenação do curso de Comunicação Social, debateu o assunto Intolerância e Preconceito. O tema foi apresentado pelo jornalista e escritor, Irineu Ramos Ribeiro.

O jornalista falou sobre a cobertura dada pela TV à questão da homossexualidade, e como as emissoras ainda se pautam pelo preconceito e pela falta de informação. Segundo Irineu Ramos, é preciso uma melhor qualificação do jornalista. “O jornalista precisa saber a diferença entre sexo e gênero. Como as pessoas querem se ver perante a sociedade, se como homens ou mulheres. A parada gay, por exemplo, é considerada um assunto sem importância pelos meios de comunicação. Não há políticas públicas direcionadas aos homossexuais. Houve uma redução no número e na qualidade do coquetel anti-Aids, as campanhas pelo uso de preservativo foram reduzidas e há um crescimento no número de soropositivos. Estas informações não estão sendo divulgadas pela imprensa”, O jornalista, ainda, fez o lançamento do seu livro intitulado “A TV no Armário”.

O evento contou também, com a posse e apresentação da nova diretoria da Agência de Comunicação Júnior do CEUT – AGECOM e da INOVE – Agência Júnior do CEUT, além da homenagem à professora doutora Jacqueline Dourado, idealizadora do projeto Diálogos Necessários.

O projeto Diálogos Necessários objetiva o debate de temas relevantes à ampliação dos campos de estudos associados à comunicação, ampliando os horizontes da esfera acadêmica e despertando a pesquisa científica para estudos mais aprofundados.


Fonte: 45 Graus

Fidel assume culpa pela onda homofóbica em Cuba há 50 anos

HAVANA (Reuters) - O ex-presidente cubano Fidel Castro assumiu a culpa pela onda homofóbica empreendida por seu governo há quase cinco décadas, quando marginalizou os homossexuais e os enviou a campos de trabalho agrícolas forçados, acusando-os de serem "contrarrevolucionários", disse ele ao jornal mexicano La Jornada. 
Fidel afirmou na segunda parte de uma entrevista publicada nesta terça-feira que é o principal responsável pela perseguição aos homossexuais na ilha há 50 anos e lamentou não ter corrigido essa falha por estar envolvido na defesa do país.
"Sim, foram momentos de grande injustiça, uma grande injustiça! Fomos nós que fizemos, fomos nós... Estou tentando diminuir minha responsabilidade em tudo isso, porque, pessoalmente, eu não tenho esse tipo de preconceito", acrescentou.
"Escapar da CIA, que comprava tantos traidores, às vezes entre pessoas próximas, não era coisa fácil. Mas, no fim, de todas as formas, se tem que assumir a responsabilidade, assumo a minha. Não vou jogar a culpa nos outros", afirmou.
Fidel, que acaba de completar 84 anos, reapareceu em público no começo de julho, após quatro anos de reclusão recuperando-se de uma doença.
Na segunda-feira, ele tinha dito, na primeira parte da entrevista ao La Jornada, que chegou a perder a vontade de viver, mas que hoje se sente ressuscitado e com muito por fazer.
O líder cubano nunca revelou qual foi a doença intestinal que o obrigou a transferir o poder a seu irmão Raúl em 31 de julho de 2006 e que classificou, no passado, como um segredo de Estado.
"Pense você em como eram os nossos dias nos primeiros meses da revolução: a guerra com os ianques, a questão das armas e, quase simultaneamente a eles, os planos de atentado contra minha pessoa", afirmou. Mas ele reiterou: "Se alguém é responsável, sou eu", disse, sobre o preconceito aos homossexuais.
Desde a década de 1990, o homossexualismo vem sendo mais tolerado na ilha, inclusive por militantes do Partido Comunista, ainda que os homossexuais não tenham parado completamente de receber o assédio da polícia.
A psicóloga cubana Mariela Castro Espín, filha do presidente Raúl Castro, converteu-se em uma defensora das minorias sexuais, promovendo, nos últimos anos, cirurgias de mudança de sexo e o reconhecimento da união entre pessoas do mesmo sexo.
"Estou preparando uma carta para a direção do PCC (Partido Comunista de Cuba), onde estou solicitando que essas pessoas (homossexuais) não sejam discriminadas pela sua orientação sexual ou orientação de gênero", afirmou Mariela em declarações à imprensa nos últimos meses.

Fonte: O Globo
(Reportagem de Nelson Acosta)